Luta contra a exclusão

O Ambulatório de Saúde Mental de Balneário Rincão realizou confraternização com os pacientes no dia 16 de maio, terça-feira, em alusão ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, que é lembrado nesta quinta-feira, dia 18 de maio. O Dia Nacional da Luta Antimanicomial tem como principal objetivo salientar as mudanças no cenário de atenção à saúde mental e principalmente questionar as reações, estigma e exclusão que social e culturalmente se estabeleceram para as pessoas que vivem e convivem com os transtornos mentais. A psicóloga Dipaula Minotto palestrou com os pacientes colocando sobre os direitos de cada um como ter o direito de procurar ajuda, quando está com problemas e que todos também têm o direito de ser usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

Durante a palestra, os pacientes começaram a expor os problemas enfrentados no dia a dia, principalmente com o pré-conceito que sofrem na sociedade e até mesmo dentro de suas famílias. O encontro terminou com um paciente declamando uma poesia salientando e valorizando a forma como os tratamentos estão sendo realizados atualmente, sem precisar estar internados em um manicômio. “Essa é uma forma de todos terem um tratamento justo, sem serem excluídos da sociedade ficando isolados em um hospital psiquiátrico”, ressaltou a psicóloga.

História

A política pública de saúde mental é um processo político e social complexo, composto de participantes, instituições e forças de diferentes origens que acontece em diversos territórios. É um conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais, e é no cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais que o processo da política avança, passando por tensões, conflitos e desafios. Nos séculos passados, quando ainda não havia controle de saúde mental, a loucura era uma questão privada onde, as famílias eram responsáveis por seus membros portadores de transtorno mental. Os loucos eram livres para circulação nos campos, mas, nem tudo eram flores. Eles também eram alvo de chacotas, zombarias e escárnio público.

Com o passar dos anos, começou então a discussão e luta pela implantação de serviços de saúde mental no Brasil. Foi ai então que surgiram as primeiras instituições, no ano de 1841 na cidade do Rio de Janeiro, que era um abrigo provisório, logo após surgirem outras instituições como hospícios e casas de saúde. Somente no final do século XX é que a militância por serviços humanizados consegui às primeiras implantações de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

As condições da saúde mental no Brasil evoluíram, porém a Luta Antimanicomial não parou. Ainda acontecem manifestações em todo o país no dia 18 de maio, para que se mantenha vivo o cuidado com os doentes, e para que fique claro que eles não devem ser excluídos da sociedade e maltratados como eram antigamente, mas sim orientados e acompanhados para que possam encontrar seu lugar no mundo.